Até os Jogos Olímpicos de 2016, o Brasil terá condições de formar toda uma geração de atletas de alto desempenho e, como país sede, incrementar o investimento não apenas financeiro, mas também em equipamentos e conhecimento científico para fazer bonito no quadro de medalhas. É óbvio que o mesmo desejo de fazer bonito vale para a Copa do Mundo de 2014. Entretanto, existe um temor justificado de que atletas, treinadores e outros profissionais ligados ao esporte de competição recorram a técnicas menos lícitas para ampliar a performance para além dos limites fisiológicos.
“Nesta nova era, a da medicina genômica, o mapeamento e sequenciamento do DNA tornou possível rastrear o genoma humano com a intenção de identificar estes genes e as variantes genéticas que o afetam e, consequentemente, caracterizar geneticamente os ‘fenômenos’ do esporte de alto rendimento. Toda esta tecnologia laboratorial ainda tornou realidade a manipulação de genes, uma estratégia desenvolvida para fins terapêuticos, mas referida no mundo esportivo como ‘doping genético’”, escreveu o Prof. Rodrigo Gonçalves Dias (CREF 059988-G/SP) em artigo que acaba de ser publicado pela Revista Brasileira de Medicina do Esporte (Edição Jan/Fev 2011).
Rodrigo Dias é Profissional de Educação Física e doutor em Biologia Funcional e Molecular pelo IB da Unicamp. Sua pesquisa de doutorado, envolvendo genética e exercício físico, foi desenvolvida em conjunto com o Instituto do Coração (Incor) da USP, onde permanece como pesquisador. Atualmente, ele coordenada a linha de pesquisa “Análise Genômica dos Fenótipos de Boa Forma Física Relacionada à Saúde & Performance Física Humana” – abreviadamente “GENEs of HIGH Performance”, projeto em parceria com a Polícia Militar do Estado de São Paulo.