Praticar exercícios físicos regulares, ter uma alimentação equilibrada, manter um peso saudável e não fumar na adolescência pode fazer grande diferença nos níveis de colesterol na idade adulta, segundo estudo publicado na edição de janeiro da revista científica Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine.
Acompanhando 539 pessoas desde o ano de 1985, quando tinham nove, 12 ou 15 anos, até o ano de 2005, pesquisadores australianos e finlandeses observaram que grande proporção daqueles que eram considerados de alto risco para dislipidemia (problemas de colesterol ou triglicérides) no início do estudo não apresentavam o mesmo perfil 20 anos mais tarde. E essa melhoria foi atribuída a mudanças positivas no estilo de vida.
Segundo os autores, os níveis de alto risco foram definidos como colesterol total de 240 mg/dL ou mais, LDL (colesterol ruim) de pelo menos 160 mg/dL, HDL (colesterol bom) de menos de 40 mg/dL, ou triglicérides de 200 mg/dL ou maior. E as pessoas que mantiveram esse perfil entre a infância e a idade adulta apresentaram maior ganho de gordura corporal, além de serem mais propensas a começar ou a continuar a fumar durante o acompanhamento. O mesmo ocorria com aqueles que mudaram de baixo para alto risco durante o estudo, apresentando também pior condicionamento físico do que adultos de baixo risco.
Os resultados indicaram, ainda, que o grupo de participantes que não melhorou nenhum fator do estilo de vida entre o final da infância e o início da vida adulta tinha o dobro da prevalência de baixos níveis de “bom” colesterol - 26,2%, contra 11,9% da média dos participantes. E aqueles que apresentaram melhora de pelo menos dois fatores de estilo de vida tiveram prevalência de baixos níveis de HDL de menos de um quarto da média do estudo.
“Nossas descobertas são importantes por duas razões. Primeiro, sugere que alterações benéficas nos fatores de risco modificáveis, como tabagismo e adiposidade, no período entre a juventude e a idade adulta têm o potencial de mudança para aqueles com níveis de alto risco de lipídeos e lipoproteínas no sangue na juventude”, escreveram os pesquisadores. “Segundo, elas enfatizam que programas preventivos direcionados àqueles que não têm alto risco na juventude são igualmente importantes se a proporção de adultos com níveis de alto risco for ser reduzida”, concluíram os especialistas.